quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Artigo: Quatro mitos do Brasil atual



ARTIGO

QUATRO MITOS DO BRASIL ATUAL

1. A função primordial das análises de conjunturas é oferecer uma leitura realista, sistemática e articulada de uma determinada situação geopolítica, política, econômica e social. Os diferentes agrupamentos políticos se orientam a partir do cruzamento das análises de conjunturas com os princípios e propósitos que lhe são particulares. Neste sentido, organizações políticas e sociais, diferentes ou até mesmo rivais, podem produzir análises de conjuntura bastante similares, sem, contudo, serem convergentes no ponto de vista da ação.

2. A análise de conjuntura possibilita a prática consciente e planejada num determinado contexto. É certo que não existe um modelo de análise de conjuntura universal, tampouco este é o objetivo a ser perseguido, porém a mesma não pode ser construída arbitrariamente, sem critérios e referências articuladas e hierarquizadas a partir do real, das relações sociais concretas. Logo, as referidas análises são, a um só tempo, necessárias e problemáticas. Necessárias porque em sua ausência não há ação consciente na disputa política coletiva; problemáticas porque sempre estarão sujeitas às limitações da apreensão do real.

3. Outro problema recorrente é que a clareza do conceito não é suficiente para informar ação prática, é necessário ter fidelidade ao momento histórico, ou seja, fidelidade às possibilidades que são reveladas no processo de análise de conjuntura. Em outras palavras, é preciso se comprometer com as análises que fazemos e levá-las às últimas conseqüências. Nem o intelectual, nem as organizações de militantes podem escapar desta verdade, sob o risco de cair no descrédito ou apontar por caminhos fora do curso ou das exigências do tempo presente.

4. No entanto, de forma sub-reptícia, alguns setores confundem a análise de uma situação concreta com agitação ideológica, auto-proclamações ou mesmo justificativas para a inércia e o abandono da iniciativa política. Sem nenhum compromisso com a situação conjuntural, sem nenhuma responsabilidade com a organização e mobilização das massas, sem nenhum cuidado com as condições de vida das maiorias, estas posições infames, ao serem repetidas cotidianamente, se transformam em culturas políticas setoriais (ou internas a uma determinada organização ou movimento). Toda cultura baseada em construções abstratas, em princípios fechados e retro- alimentados pela crença de que sua bandeira e seus valores são “eleitos” e a razão não reside nos outros, inevitavelmente cria seus mitos, laicos ou não. Este fundamentalismo secular, com uma suposta base científica, gera distorções substantivas nas análises de conjunturas que, no lugar de verificar os contornos da realidade, são reduzidas a pequenos instrumentos de legitimação de um determinado discurso.

5. Quais seriam então alguns importantes mitos em circulação no momento atual? Passamos a discutir alguns deles.

Mito 1: “A crise mundial é financeira”
Mito 2: “A crise não chegou ao Brasil”
Mito 3: A “recente” desindustrialização do Brasil e o seu “neodesenvolvimento”.
Mito 4: O “eterno” descenso de massas

Brasil, 05 de janeiro de 2012

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Foto: Greve dos professores em MG/Brigadas Populares

terça-feira, 30 de outubro de 2012


Em recente artigo, o camarada Pedro Otoni analisa a conjuntura de chamado mundo árabe a partir da nova investida do imperialismo contra a Síria.

A Doutrina Obama dissimula o caráter da guerra na Síria. Não se trata de um conflito doméstico, mas de uma reconfiguração da lógica de dominação imperialista no Oriente Médio e no Norte da África. A indução de oposições armadas internas, na Líbia e agora na Síria, possui vantagens importantes para o condomínio de poder norte-americano.

Primeiro por estabelecer um mote geral mais palatável para a opinião pública internacional, a suposta “luta pela democracia”, um marketing de guerra mais amplo do que a luta contra o “terrorismo” (sem, contudo, abandoná-lo).Dialoga, portanto, com o sistema ideológico europeu - norte-americano, que tem como pano de fundo acrença namissão democratizante do Ocidente, sendo esses “os povos eleitos”, destinadosa irradiar a “liberdade” para o mundo, “incluir as nações selvagens à humanidade capitalista liberal”, livrá-los do “atraso oriental, muçulmano”, ou seja, libertá-los deles mesmos.

O artigo completo encontra-se aqui